Friday, April 18, 2008

ABRAÇO

É na insónia das noites como esta
- Ah, tenebrosas noites de punhais! -
Quando o sono-dos-justos-e-que-tais
É luarenta, silenciosa sesta,

Que eu rasgo a escuridade da floresta,
Virgem floresta de árvores irreais,
E mergulho, me afundo, desço mais
No para-lá da noite que me resta.

Espalho-me vento a sibilar, fagueiro,
Bebo nos olhos o luar-sem-fim,
Cavalgo a escuridão-despenhadeiro.

É nessas noites, como esta, assim...
Que abraço numa estrela o mundo inteiro,
Que sinto o mundo palpitar em mim.

VS

2 comments:

Grace said...

Simplesmento belo!

Bruno Cardoso said...

Parabéns VS!
Arrepiei-me ao ler o seu poema.
Um grande Abraço para si.